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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Alcoolismo


 
Hoje foi a primeira vez que fui à reunião contra minha vontade, mas quando você percebe que não tem mais saída acaba tendo que obedecer.

Convivo com essas pessoas desde que sou criança e particularmente não sei o que fazer.

Quando mais cedo, uma agonia tomava conta de meu corpo porque simplesmente estava com medo de ir e saber que sou um deles e algumas vezes a emoção tomou conta desse corpo putréfo por simplesmente saber que sou como eles, porém quero não ser, quero não ter que usar o grupo como bengala se eu realmente quiser sair disso, porém o mais impressionante de tudo isso é que um pouco desse peso que sentia saiu hoje de minhas costas.

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É tudo medido em três fases: a primeira é quando bebe para se sentir feliz, um pouco solto, aprender a dançar e fizer coisas que jamais faria sóbrio; a segunda é quando acha que pode tudo com toda a agressividade toma conta de seu mundo, o mau humor, literalmente você é o super homem ou a mulher maravilha; o terceiro é quando já não assimila mais a realidade, é quando a bebida já tomou conta no lugar de suas prioridades, você não tem mais moral alguma, você é pior que a escoria você esquece dos valores e é apenas mais um numa mesa de bar.

É ai que as coisas pioram na vida de um alcoólatra, acha bonito encher a cara e o dia seguinte age como sendo mais um dia para beber ou age como se o fim do mundo tivesse chegado até ti.

Enquanto meu pai dava seu depoimento seu semblante mutuamente mudava e pude sentir como senti as palavras de Ganeshane falando, será que aqui minha luz vai brilhar?

Eu tenho que freqüentar porque sou obrigada a obedecer e no me arrependo do que fiz, porém a vida leva na dor ou no amor e quem sabe eu ainda aprenda a ter dignidade e maus alem eu consiga abraçar meus pais, pois isso sim me falta, me falta chorar me falta sentir orgulho de mim mesma de verdade; e sei que o que escrevo não é apenas mais uma das minhas lorotas e nem sei se quero isto para mim, pois quem sabe eu descubra que gosto dessa vida ou quem sabe isso não passe de mais uma ilusão torpe.

Eu não sei, realmente não sei.

E se depois de postado todos ler; numa noite qualquer me verem com um copo de trago na mão não venham me julgar porque isso é uma doença e para ser tratada devemos aceitar que estamos doentes; devemos seguir os doze passos e é algo que ajuda diz assim: “evite o primeiro gole de 24 em 24 horas”, então ninguém é superior a mim para vir e dizer o que eu devo ou no fazer como meu querido amigo Marcos: “se eu freqüentar e descobrir que estou doente somos bem vinda e se não for pra mim que eu continue levando a palavra deles comigo”.

Ou seja, cada um sabe o que é melhor pra si.

Sem cobrança, sem julgamento, pois todos são iguais, todos precisam de todos e como minha querida Ana disse esses dias eu me sinto a “grande mãe” por que eu quero ser como a mãe, porém eu não sou ela e tenho de ser quem sou e não quem e não quem eu quero ser e agora sim me faz sentido porque em tantas vezes não funcionou nos ritos que fizemos, há se eu fosse mais sincera comigo naquela época rumo seria outro minha evolução espiritual não teria estagnado e os medos fúteis de hoje de repente já estivessem eliminados, talvez eu soubesse ler realmente dentro dos olhos das pessoas o que era e não o reflexo dos meus, há se meu ego tivesse rédeas há uns meses atrás algumas pessoas ainda teriam consideração por mim e eu com tudo isso manteria um respeito.

Então, creio que dei um passo a mais e quem sabe agora eu comece a te tirar do mofo.

Esmeralda, pois eu a abandonei pelos bels prazeres que nunca mais te senti por perto e pensar que sempre precisei de sinais para saber que estavas por perto, mas tu nunca me abandonaste, eu que me abandonei e perdi o elo contigo quando desisti de mim.

Hoje de coração espero tela comigo cada vez mais brilhante como as estrelas lá do céu.

Finalmente Débora e Esmeralda.