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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As valquirias



Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (em tradução literal significa "as que escolhem os que vão morrer"). Nos séculos VIII e IX o termo usado era wælcyrge.
As valquírias eram belas jovens mulheres que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala. Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok.
As valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherjar, para Valhala, o salão de Odin. Lá, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites em preparação ao Ragnarok, quando ajudariam a defender Asgard na batalha final, em que os deuses morreriam. Devido a um acordo de Odin com a deusa Freya, que chefiava as valquírias, metade desses guerreiros e todas as mulheres mortas em batalha eram levadas para o palácio da deusa.
As valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes e ajudavam a determinar o vitorioso das batalhas e o curso das guerras. Elas também serviam a Odin como mensageiras e quando cavalgavam como tais, suas armaduras faiscavam causando o estranho fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

Mitologia nórdica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A mitologia nórdica, também chamada de mitologia germânica, mitologia viking ou mitologia escandinava se refere a uma religião pré-cristã, crenças e lendas dos povos escandinavos, incluindo aqueles que se estabeleceram na Islândia, onde a maioria das fontes escritas para a mitologia nórdica foram construídas. Esta é a versão mais bem conhecida da mitologia comum germânica antiga, que inclui também relações próximas com a mitologia anglo-saxônica. Por sua vez, a mitologia germânica evoluiu a partir da antiga mitologia indo-européia.
A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual Alemanha), sendo que sua estrutura não designa uma religião no sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino. A mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a Era Viking, e o atual conhecimento sobre ela é baseado especialmente nos Eddas e outros textos medievais escritos pouco depois da cristianização.
No folclore escandinavo estas crenças permaneceram por mais tempo, e em áreas rurais algumas tradições são mantidas até hoje, recentemente revividas ou reinventadas e conhecidas como Ásatrú ou Odinismo. A mitologia remanesce também como uma inspiração na literatura assim como no teatro e no cinema.
A família é o centro da comunidade, podendo ser estreitamente relacionada com a fertilidade-fecundidade quanto com a agressividade de um povo hostil e habituado as guerras, em uma sociedade totalmente rural que visa a prosperidade e a paz para si. Deste modo, a religião é muito mais baseada no culto do que no dogmatismo ou na metafísica, uma religiosidade baseada em atos, gestos e ritos significativos, muitas vezes girando em torno de festividades a certos deuses, como Odin e Tîwaz (identificado por alguns estudiosos como predecessor de Odin).
Pode-se dizer que a religião viking não existia sem um ritual e abordava exclusivamente o culto aos ancestrais; era uma religião que ignorava o suicídio, o desespero, a revolta e mais do que tudo, a dúvida e o absurdo. Segundo alguns autores, era "uma religião da vida".

Deidade

Deidade é o conjunto de forças ou intenções que materializam a divindade. A deidade é a fonte de tudo aquilo que é divino. A deidade é característica e invariavelmente divina, mas nem tudo o que é divino é deidade necessariamente, ainda que esteja coordenado com a deidade e tenha a tendência de estar, em alguma fase, em unidade com a deidade – espiritual, mental ou pessoalmente.

Etimologia

A palavra "deidade" deriva do Latim "deus. Relacionando os conceitos de céu ("divum", em latim) e dia ("dies"), além de estar relacionada ao termo "divino" e "divinidade," no latim "divinus," oriundo de "divus." Pode-se fazer propor uma influência do Sânscrito que também possui termos como "div(céu), e diu (dia)".
Em Filosofia, mais especificamente em epistemologia, crença é um estado mental que pode ser verdadeiro ou falso. Ela representa o elemento subjentivo do conhecimento Platão, iniciando da tradição epistemológica , ópos a crenças (opinão-"doxa"em grego) ao conceito de conhecimento.

Odin

Odin ou Ódin (em nórdico antigo: Óðinn) é considerado o deus principal da mitologia nórdica.
Seu papel, como o de muitos deuses nórdicos, é complexo; é o deus da sabedoria, da guerra e da morte, embora também, em menor escala, da magia, da poesia, da profecia, da vitória e da caça.
Odin morava em Asgard, no palácio de Valaskjálf, que ele construiu para si, e onde se encontra seu trono, o Hliðskjálf, desde onde podia observar o que acontecia em cada um dos nove mundos.[1] Durante o combate brandia sua lança, chamada Gungnir, e montava seu corcel de oito patas, chamado Sleipnir.
Era filho de Borr e da jotun ("gigante") Bestla, irmão de Vili e Ve,[2] esposo de Frigg e pai de muitos dos deuses.[3] tais como Thor, Baldr, Vidar e Váli. Na poesia escáldica faz-se referência a ele com diversos kenningar, e um dos que são utilizados para mencioná-lo é Allföðr ("pai de todos").[4]
Como deus da guerra, era encarregado de enviar suas filhas, as valquírias, para recolher os corpos dos heróis mortos em combate,[5] os einherjer, que se sentam a seu lado no Valhalla de onde preside os banquetes. No fim dos tempos Odin conduzirá os deuses e os homens contra as forças do caos na batalha do fim do mundo, o Ragnarök. Nesta batalha o deus será morto e devorado pelo feroz lobo Fenrir, que será imediatamente morto por Vidar, que, com um pé sobre sua garganta, lhe arrancará a mandíbula.

Dia da semana de dedicação

A quarta-feira, dia que era/é dedicado ao deus, tomou as denominações, no inglês, wednesday (antigo saxão, wôdanes dag, anglo-saxão, vôdnes dag), no holandês, woensdag (médio-neerlandês, woensdach), no sueco e dinamarquês, onsdag (Old Norse, odinsdagr), e no dialeto da Vestefália, godenstag ou gunstag..

Citações na Edda Poética

Na Edda Poética, o maior ciclo é naturalmente o do deus supremo, compreendendo as seguintes baladas: Baldrs Draumar (Os Sonhos de Baldr), Hárbarzljóð (A Balada de Harbard), Vafþrúðnismál (A Balada de Vafthrudnir), Grímnismál (A Balada de Grimnir) e Hávamál (As Máximas de Hár).
Odin se apresenta sob diversos nomes nas baladas édicas, de acordo com as exigências da situação. Sabemos, pela Völúspa (A Profecia da Vidente) e Hyndluljóð (A Balada de Hyndla), que ele é filho de Bur. As elevadas designações de velho criador e pai dos homens, que o poeta anônimo lhe deu em Baldrs Draumar e no Vafþrúðnismál, bem como a informação de que Odin dera o fôlego (Völuspá) a um casal inanimado, não deixa dúvidas sobre uma interferência na criação da humanidade. No Grímnismál há o cognome de príncipe dos homens, na Lokassena (A Altercação de Loki) de pai das batalhas, na Völuspá, de pai dos exércitos, e no Grípisspá (A Profecia de Gripir), de pai da escolha ou pai dos mortos em batalha.

Virtudes

Cabe-nos mencionar, finalmente, o aposto de “pai da magia”, constante do Baldrs Draumar, confirmado no seu próprio depoimento do Hávamál (parte IV), em que nos descreve seu próprio sacrifício: feriu-se com a lança e suspendeu-se numa árvore, onde permaneceu nove dias agitado pelos ventos; esta árvore é Yggdrasill, o freixo do mundo. Tudo isso visando à iniciação na sabedoria das runas, tendo até criado algumas delas, tornando-se senhor do hidromel dos poetas, licor mágico que profere vaticínios.
Quanto ao elevado saber de Odin, relata-se que nem sempre foi assim, sábio e mágico poderoso; ávido por conhecer todas as coisas, quis beber da fonte da Sabedoria, onde o freixo Yggdrasill mergulha uma das raízes; mas Mímir, seu tio, o guardião da fonte, sábio e prudente, só lhe concedeu o favor com a condição de que Óðinn lhe desse um de seus olhos. Ele então encontrou na água da fonte milagrosa tanta sabedoria e poderes secretos que pôde, logo que Mímir foi morto na guerra entre os Æsir e os Vanir, lhe conferir a faculdade de renascer pela sabedoria: sua cabeça, embalsamada graças aos cuidados dos deuses, é capaz de responder a todas as perguntas que lhe dirigem. Após adquirir tantos conhecimentos, procurava depois revelá-los em duelos de palavras, em que aposta a vida e sai sempre ganhado. Além do mais, por várias vezes se dirige a profetisas e visionárias, pedindo informações estranhas, dando-lhes em paga ricos presentes.

Cultuação

Desse modo, vemos que Óðinn, na concepção do poeta édico, é criador da humanidade, detentor supremo do conhecimento, das fórmulas mágicas e das runas, invocado por ocasião das batalhas, durante os naufrágios e as doenças, na defesa contra o inimigo, e afinal em qualquer situação desesperadora. Altares se elevavam em sua honra.

Símbolos

Nas baladas da Edda, o deus supremo está em ligação com símbolos, emblemas e certos elementos adequados às diversas circunstâncias em que aparece. Assim, no Valhöll (Valhalla), tem o seu grande palácio onde recebe e aloja os guerreiros mais valorosos, e em outro dos seus três salões em Ásgarðr (Asgard), o alto Valaskjalf, senta-se no trono Hliðskjalf (Hlidskialf), de onde é possível enxergar o mundo inteiro e acompanhar todos os acontecimentos da vida. A seus pés, deitam-se os dois lobos Geri e Freki, símbolos da gulodice, que o acompanham em suas caçadas e lutas, alimentando-se dos cadáveres dos guerreiros. Nos seus ombros estão os dois corvos Munin e Hugin, a sussurrar-lhe o que viram e ouviram por todos os cantos. Quando se encaminha a uma batalha, o que é freqüente, usa armadura e elmo de ouro, trazendo nas mãos o escudo e a lança Gungnir, que tem runas gravadas no cabo, montando seu famoso corcel de oito patas, Sleipnir, que tem a faculdade de cavalgar no espaço, por cima das terras e águas.

Disfarces

Em muitas passagens, descrevem-se as andanças de Odin, em que se apresenta sob o disfarce de um viajante baixo e de cabelos escuros, envolvido numa enorme capa azul ou cinza, com um chapéu de abas largas, quebradas acima do olho perdido e o outro olho negro faiscante, como nas baladas édicas Vafþrúðnismál e no Grímnismál, e com os nomes significativos de Gagnrad (o que determina a vitória), Grimnir (o disfarçado), além do Hávalmál (parte III) e nos Baldrs Draumar, respectivamente com os nomes Hár (o elevado, o eminente, o sublime) e Vegtam (o acostumado aos caminhos).

Século VIII

Anos

701 | 702 | 703 | 704 | 705 | 706 | 707 | 708 | 709 | 710
711 | 712 | 713 | 714 | 715 | 716 | 717 | 718 | 719 | 720
721 | 722 | 723 | 724 | 725 | 726 | 727 | 728 | 729 | 730
731 | 732 | 733 | 734 | 735 | 736 | 737 | 738 | 739 | 740
741 | 742 | 743 | 744 | 745 | 746 | 747 | 748 | 749 | 750
751 | 752 | 753 | 754 | 755 | 756 | 757 | 758 | 759 | 760
761 | 762 | 763 | 764 | 765 | 766 | 767 | 768 | 769 | 770
771 | 772 | 773 | 774 | 775 | 776 | 777 | 778 | 779 | 780
781 | 782 | 783 | 784 | 785 | 786 | 787 | 788 | 789 | 790
791 | 792 | 793 | 794 | 795 | 796 | 797 | 798 | 799 | 800

Século IX

Personagens importantes

Luiz Alflog dominou a colónia francesa, deixando mortos e capturando pessoas para escravizar.
muitos morreram e pouquíssimos viveram depois de usar animais nas peças de teatro grego

Invenções e descobertas

Alquimistas chineses descobrem a pólvora
Musica enchiriadis é publicada.

Anos

801 | 802 | 803 | 804 | 805 | 806 | 807 | 808 | 809 | 810
811 | 812 | 813 | 814 | 815 | 816 | 817 | 818 | 819 | 820
821 | 822 | 823 | 824 | 825 | 826 | 827 | 828 | 829 | 830
831 | 832 | 833 | 834 | 835 | 836 | 837 | 838 | 839 | 840
841 | 842 | 843 | 844 | 845 | 846 | 847 | 848 | 849 | 850
851 | 852 | 853 | 854 | 855 | 856 | 857 | 858 | 859 | 860
861 | 862 | 863 | 864 | 865 | 866 | 867 | 868 | 869 | 870
871 | 872 | 873 | 874 | 875 | 876 | 877 | 878 | 879 | 880
881 | 882 | 883 | 884 | 885 | 886 | 887 | 888 | 889 | 890
891 | 892 | 893 | 894 | 895 | 896 | 897 | 898 | 899 | 900

Cavalo

O cavalo (do latim caballu) é um mamífero hipomorfo, da ordem dos ungulados, uma das sete espécies modernas do gênero Equus. A denominação para as fêmeas é égua, para os machos não castrados, garanhão e para os filhotes, potro. Esse grande ungulado é membro da mesma família dos asnos e das zebras, a dos equídeos. Todos os sete membros da família dos equídeos são do mesmo gênero, Equus, e podem relacionar-se e produzir híbridos, não férteis, como as mulas.Pertencem a ordem dos perissodáctilos no qual fazem parte rinocerontes e antas (tapires). Os cavalos têm longas patas de um só dedo cada. Os cavalos (Equus caballus) são perfeitamente adaptados a diversos desportos e jogos, como corrida, polo, provas de ensino ou equitação, ao trabalho e até à equoterapia (recuperação da coordenação motora de certos deficientes físicos).
Esses animais dependem da velocidade para escapar a predadores. São animais sociais, que vivem em grupos liderados por matriarcas. Os cavalos usam uma elaborada linguagem corporal para comunicar uns com os outros, a qual os humanos podem aprender a compreender para melhorar a comunicação com esses animais. Seu tempo de vida varia de 25 a 30 anos.
O cavalo teve, durante muito tempo, um papel importante no transporte; fosse como montaria, ou puxando uma carruagem, uma carroça, uma diligência, um bonde, etc.; também nos trabalhos agrícolas, como animal para a arar, etc. assim como comida. Até meados do século XX, exércitos usavam cavalos de forma intensa em guerras: soldados ainda chamam o grupo de máquinas que agora tomou o lugar dos cavalos no campo de batalha de "unidades de cavalaria", algumas vezes mantendo nomes tradicionais (Cavalo de Lord Strathcona, etc.)
Como curiosidade, a raça mais rápida de cavalo, o famoso thoroughbred (puro sangue inglês ou PSI) alcança em média a incrível velocidade

Asa

Em zoologia, uma asa é um membro ou apêndice de um animal, morfologicamente adaptado para o vôo independente. Esta definição exclui as estruturas anatómicas que permitem o vôo deslizante, presentes, por exemplo, os esquilos-voadores. As asas aparecem em grupos distintos animais, não devido à existência de um antepassado comum, mas como exemplo do fenómeno de convergência evolutiva em resposta a pressões ecológicas favoráveis à capacidade de vôo. As asas surgiram pelo menos quatro vezes na história geológica, nos insectos, aves, morcegos, e extintos pterossauros; a natureza do registo fóssil não permite afirmar com toda a certeza que não houve na Terra outros grupos de animais com asas. Em todos os casos, o aparecimento de asas deu origem a radiações adaptativas e aumento da biodiversidade. Os animais alados são geralmente dominantes em número de espécies dentro dos respectivos grupos: os insectos são o maior grupo de animais da Terra; as aves detêm a maior percentagem de espécies de vertebrados e os morcegos são a segunda maior ordem de mamíferos.
Na evolução das aves, uma das adaptações mais relevantes relacionadas ao vôo desses animais é a aerodinâmica corpórea, principalmente a transformação dos membros anteriores em asas recobertas por penas, queratinizadas com arquitetura leve e intricada.
Mesmo sendo descendentes de ancestrais voadores, nem todas as espécies conseguiram ganhar o céu.
A exemplo dos pingüins, as asas reduzidas em formato de remo auxiliam a natação. Outras com hábitos terrícolas, ema e avestruz, compensam as asas atrofiadas, possuindo membros posteriores desenvolvidos e adaptados para corrida.
A versatilidade dos pés facilita, além da agilidade, locomoção, destreza e sustentação na captura das presas, direção e propulsão natatória nas aquatícolas, com membrana natatória entre os dedos, bem como o equilíbrio para os animais arborícolas que se agarram aos apêndices arbóreos.
O processo evolutivo das aves irradiou diversas características que permitem a elas desfrutarem abertamente ou com restrições, os mais distintos ambientes do planeta: terra, ar e água.
O desenvolvimento dos tipos funcionais de penas (rémiges, tretrizes e retrizes), ossos pneumáticos menos densos, ausência de bexiga urinária e excreção de ácido úrico, presença de quilha (osso externo peitoral) onde se fixa a musculatura que movimentam as assas, sistemas de sacos aéreos, diminuição do crânio e do número de vértebras e postura de ovos, são transformações anatômicas e orgânicas preponderantes na conquista desses ambientes.

Pterossauros


Um Quetzalcoatlus: a asa é suportada apenas pelo quarto dedo.
Os pterossauros foram répteis alados do Mesozóico, que desapareceram na extinção K-T juntamente com os dinossauros, e os primeiros vertebrados a desenvolver asas. O grupo surgiu no Triássico, há cerca de 225 milhões de anos atrás, e depressa se diversificou em numerosas espécies, que iam desde pequenas dimensões, comparáveis com as aves actuais, até aos 12 metros de envergadura do Quetzalcoatlus.
Ao contrário dos insectos, as asas dos pterossauros desenvolveram-se a partir de membros anteriores pré-existentes e adaptados para a locomoção terrestre. Assim, tal como os restantes répteis, os pterossauros tinham uma estrutura anatómica familiar, composta por braço, antebraço e patas com quatro dedos. As suas asas eram constituidas por uma membrana de pele suportada pelo quarto dedo do animal e unida à parte lateral do corpo do pterossauro. De acordo com a envergadura de cada espécie, este quarto dedo encontrava-se alongado de modo a acomodar toda a extensão da asa, atingido, por vezes, dimensões muito elevadas. Uma característica particular do grupo, desenvolvida para permitir e facilitar o vôo, é a presença de um osso adicional, o pteróide, localizado no pulso. O pteróide permitia o suporte da membrana da asa na zona entre o pulso e o ombro do animal. Outras adaptações para o vôo incluiam ossos ocos, para diminuir o peso total do animal, e uma espécie de quilha na zona do esterno, onde se fixavam os músculos dos braços convertidos em asas.
Tal como no grupo das aves, os pterossauros tinham formatos de asa muito variáveis, especialmente adaptados ao seu nicho ecológico. Assim, foram encontrados registos fósseis muito diversos, com asas longas e ponteagudas, que, presume-se, permitiam um vôo rápido e ágil, com asas mais largas que favoreciam o vôo planado, e todos os formatos intermédios.

Morcegos


Um morcego (Chalinolobus gouldii) em vôo: a asa é suportada por quatro dos seus cinco dedos.
Os morcegos são mamíferos alados classificados na ordem Chiroptera (do grego mão + asa), que surgiram na Terra há cerca de 55 milhões de anos, no Paleocénico. São os únicos mamíferos capazes de voar de forma independente.
As asas dos morcegos evoluiram a partir de membros anteriores, originalmente desenvolvidos para a locomoção terrestre e semelhantes à dos restantes mamíferos. A sua estrutura óssea é composta braço, antebraço, ossos do pulso, ossos da mão e cinco dedos, tal como no ser humano. A asa propriamente dita é uma membrana dupla, designada patagium, composta por tecidos dérmicos, vasos sanguíneos, fibras de elastina e musculares. O patagium é muito fino e resistente. Ao contrário dos pterossauros, onde a asa está assente em apenas um dedo (o quarto), nos morcegos todos os dedos desempenham o papel de suporte do patagium, sendo pois bastante alongados. A excepção é o polegar, que permanece livre na zona do pulso e pode ter funções de fixação, a troncos de árvore, por exemplo. Como no ser humano, os morcegos têm capacidade de movimentar cada dedo independentemente, o que confere uma enorme flexibilidade de movimentos às suas asas. Movendo os dedos, estes animais podem mudar o quociente de aspecto da sua asa e assim adaptar-se de forma imediata às necessidades do quotidiano.

Elmo

Elmo é uma proteção, utilizada no ambiente bélico, destinada a defender a cabeça do soldado. Faz parte do equipamento de guerra antiga e medieval, e se apresenta das mais variadas formas, mas sua função básica é sempre a proteção craniana. A parte que protegia a visão era designada de barbudas.
Eram, geralmente, feitos em couro, ferro e malha, e protegiam os guerreiros em combate.
Muitas histórias são baseadas nos elmos de grandes heróis. Talvez o elmo mais famoso da história seja o elmo de Odin, Aegishjalmar. O hino nacional da Itália menciona o "elmo di Scipio" (elmo de Cipião Africano)[1]
Elmo também pode ser utilizado como nome próprio, e significa pessoa de caráter, inteligente, altruísta, protetora e bem quista pelos demais, e que tem futuro promissor em áreas como Direito, Contabilidade, Música, Teatro e Medicina, com ênfase especial na Terapia Intensiva.
Como derivativo do nome temos Anselmo, que indica uma pessoa de bem e capaz de vencer a sí mesma.

Etimologia

O substantivo elmo deriva do vocábulo da língua gótica hilms[2].

Lança

A lança é uma arma branca, constituída por uma longa vara com uma ponta afiada. A lança pode ser manejada ou atirada em direção ao oponente. É uma das armas mais antigas da humanidade, datando de períodos pré-históricos.
Mesmo depois da descoberta dos metais, a lança não deixou de ser usada, ate o século XVII, quando a pólvora foi popularizada no Ocidente. Normalmente as lanças se dividiam em três tipos: lança curta, pique (lança longa) e alabarda (lança provida com machado perto da ponta).

Valhala

Valhala, Valíala,Valhalla ou Walhala (há, ainda, quem use a forma original, Valhol) na mitologia nórdica ou escandinava é o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha.
Odin teria ouvido que matariam todos os seus filhos e demais guerreiros. Curioso e precavido, achegou-se a deusa da sabedoria, um oráculo, que não quis lhe revelar a veracidade do boato. Insistente, Odin teria a seduzido, resultando em nove filhas conhecidas como valquírias.
Odin, então, ordenara a uma delas, que foi incumbida de construir e organizar um palácio mágico, Castelo de Valhala, em Asgard (a terra dos deuses nórdicos), para onde seriam enviados todos os guerreiros mortos em batalha, chamados Einherjar.
Metade das almas dos guerreiros passariam, então, os seus dias a treinarem-se em combates, desfrutando grandes banquetes e orgias a noite. A condição imposta seria a de proteger o castelo. Elas formariam um exército ("Exército das Almas Vivas"), invencível até ao advento do Ragnarok, quando combateriam ao lado de Odin. Com a chegada da noite, metade das almas seriam reconfortadas com as mesmas refeições dos deuses. A outra metade seguia para Folkvang, o palácio de Freyja.

Ragnarök

Na mitologia nórdica, Ragnarök (nórdico antigo "destino final dos deuses") é uma série de eventos futuros, incluindo uma grande batalha anunciada para por fim resultar na morte de um número de figuras importantes (incluindo os deuses Odin, Thor, Týr, Freyr, Heimdallr e Loki), a ocorrência de vários desastres naturais e a submersão subsequente do mundo em água. Depois, o mundo vai ressurgir de novo e fértil, os sobreviventes e os deuses renascidos se reunirão e o mundo será repovoado por dois sobreviventes humanos. Ragnarök é um evento importante na cânone nórdica e tem sido o tema de discurso acadêmico e teórico.
O Ragnarök é o tema de muitos discursos e controvérsias para determinar a verdadeira origem da história escrita mais tarde, após a cristianização do mundo nórdico. Muitos especialistas argumentam que os textos fazem referências ao fim do mundo profético são inspirados em histórias bíblicas[1][2] do Juízo Final[3], especialmente o Apocalipse e o fim do mundo do Milenarismo[4][5], e do Eclesiastes[6][7][8]. Há também algumas comparações com outras histórias das mitologias indo-europeias, o que poderia indicar uma origem comum de mitos ou de influências pagãs externas. Para muitos estudiosos, essas influências emprestadas de outras culturas e reescritas por clérigos cristãos são erroneamente atribuídas à mitologia viking, e têm distorcido o conhecimento que temos da fé escandinava[9][3]. O texto também pode tirar suas fontes na observação das catástrofes naturais na Islândia.
O portal norte da Igreja de madeira de Urnes do século XI tem sido interpretado como contendo representações de serpentes e dragões que representam o Ragnarök[10]
O evento é atestado primeiramente no Edda poética, compilado no século XIII antes de fontes tradicionais e no Edda em prosa, escrito no século XIII por Snorri Sturluson. No Edda em prosa e em um único poema no Edda poética, o evento é conhecido como Ragnarökr ou Ragnarökkr (nórdico antigo "Crepúsculo dos Deuses"), um uso popularizado no século XIX pelo compositor Richard Wagner com o título da última de suas óperas Der Ring des Nibelungen, Götterdämmerung.

Etimologia

A palavra do nórdico antigo "ragnarök" é um composto de duas palavras. A primeira palavra do composto, ragna, é o plural genitivo de regin ("deuses" ou "poderes dominantes"), derivado do termo proto-germânico reconstruído ragenō. A segunda palavra, rök, tem vários significados, tais como "desenvolvimento, origem, causa, relação, destino, final." A interpretação tradicional é que, antes da fusão de /ǫ/ e /ø/ (ca. 1200) a palavra era rök, derivada da proto-germânica rakō.[11] A palavra ragnarök como um todo é, então, geralmente interpretada como o "destino final dos deuses."[12] Em 2007, Haraldur Bernharðsson propôs que a forma original da segunda palavra no composto é røk, levando a uma reconstrução proto-germânica da rekwa e abrindo outras possibilidades de semânticas.
Na estrofe 39 do poema do Edda poética, Lokasenna, e no Edda em prosa, a forma ragnarök(k)r aparece, rök(k)r significa "crepúsculo." Tem sido frequentemente sugerido que isso indica um mal-entendido ou uma reinterpretação conhecida da forma original de ragnarök.[11] Haraldur Bernharðsson argumenta em vez disso que as palavras ragnarök e ragnarökkr estão intimamente relacionadas, etimológica e semanticamente, e sugere um significado de "renovação dos poderes divinos."[14] O uso desta forma foi popularizado na cultura popular moderna pelo compositor Richard Wagner no século XIX por meio do título da última de suas óperas Der Ring des Nibelungen, Götterdämmerung.[15]
Outros termos utilizados para se referir aos acontecimentos em torno de Ragnarök no Edda poética incluem aldar rök ("fim do mundo") da estrofe 39 de Vafþrúðnismál, tíva rök da estrofe 38 e 42 de Vafþrúðnismál, þá er regin deyja ("quando os deuses morrem") da estrofe 47 de Vafþrúðnismál, unz um rjúfask regin ("quando os deuses serão destruídos") da estrofe 52 de Vafþrúðnismál, da estrofe 41 de Lokasenna e da estrofe 19 de Sigrdrífumál, aldar rof ("a destruição do mundo") da estrofe 41 de Helgakviða Hundingsbana II, regin þrjóta ("fim dos deuses") da estrofe 42 de Hyndluljóð, e no Edda em prosa, þá er Muspellz-synir herja ("quando os filhos de Muspelheim se movem para a batalha") pode ser encontrado nos capítulos 18 e 36 de Gylfaginning.[12]

Atestações

O Ragnarök é explicado ou mencionado em vários poemas relacionados ao Edda poética, em particular no Völuspá, e na parte do Edda em prosa chamada Gylfaginning, principalmente a partir do capítulo 51.

Edda Poética

O Edda poética contém várias referências ao Ragnarök:

Völuspá

No poema do Edda poética, Völuspá, as referências ao Ragnarök começam a partir da estrofe 40 até a 58, após o qual a sequência dos acontecimentos são descritos para o resto do poema. No poema, uma völva recita a informação para Odin. Na estrofe 41, a völva diz:
Nórdico antigo:
Fylliz fiǫrvi
feigra manna,
rýðr ragna siǫt
rauðom dreyra.
Svǫrt verða sólskin
of sumor eptir,
veðr ǫll válynd
Vitoð ér enn, eða hvat?[16]
Inglês moderno:
It sates itself on the life-blood
of fated men,
paints red the powers' homes
with crimson gore.
Black become the sun's beams
in the summers that follow,
weathers all treacherous.
Do you still seek to know? And what?[16]
Português literal:
Sacia-se na vida de sangue
dos homens predestinados,
pinta as casas dos poderes de vermelho
com sangue carmesim.
Os raios solares tornam-se negros
nos verões que se seguem,
todos os climas ficam traiçoeiros.
Ainda quer saber? E o quê?
A völva então descreve três galos cantando: Na estrofe 42, o pastor jötunn Eggthér senta-se em uma mamoa e alegremente toca sua harpa, enquanto o galo carmesim Fjalar (nórdico antigo "enganador"[17]) canta na floresta Gálgviðr. O galo dourado Gullinkambi canta ao Æsir em Valhalla e o terceiro, um galo de fuligem vermelha não nomeado, canta nos corredores da localidade do submundo de Helgardh na estrofe 43.[18]
Após estas estrofes, a völva ainda relata que o cão de caça Garmr produz profundos uivos na frente da caverna de Gnipahellir. A ligação de Garmr quebra e ele corre livremente. O völva descreve o estado da humanidade:

Nórdico antigo:
Brœðr muno beriaz
ok at bǫnom verða[z]
muno systrungar
sifiom spilla.
Hart er í heimi,
hórdómr mikill
skeggǫld, skálmǫld
—skildir ro klofnir—
vindǫld, vargǫld
áðr verǫld steypiz.
Mun engi maðr
ǫðrom þyrma.[19]
Inglês moderno:
Brothers will fight
and kill each other,
sisters' children
will defile kinship.
It is harsh in the world,
whoredom rife
—an axe age, a sword age
—shields are riven—
a wind age, a wolf age—
before the world goes headlong.
No man will have
mercy on another.[19]

Português literal:
Irmãos lutarão
e matarão uns aos outros,
os filhos das irmãs
sujarão o parentesco.
Isso é duro no mundo,
prostituição corrente
— uma era de machado, uma era de espada (e o sol surge)
— escudos são despedaçados —
uma era de vento, uma era de lobo —
antes que o mundo vá precipitadamente.
Nenhum homem terá
misericórdia para com o outro.
Os "filhos de Mím" são descritos como estando "em jogo", embora essa referência não seja melhor explicada em fontes de sobrevivência.[20] Heimdall mantém o Gjallarhorn no ar e sopra profundamente dentro dele e Odin dialoga com a cabeça de Mím. A árvore do mundo, Yggdrasil, estremece e geme. O jötunn Hrym vem do leste, sua proteção diante dela. A sepente de Midgard, Jörmungandr, furiosamente se contorce, causando ondas de colisão. "O grito da águia, com o pálido bico, ela rasga o cadáver" e o barco Naglfar quebra livremente graças às ondas feitas por Jörmungandr e ajusta a vela do leste. Os habitantes do fogo, jötnar, de Muspelheim, surgem.
A völva continua que Jötunheimr, a terra dos jötnar, está rugindo, e que o Æsir está em concílio. Os anões lamentam-se por suas portas de pedra.[19] Surtr avança pelo sul, sua espada brilha mais do que o sol. Penhascos rochosos se abrem e a mulher jötnar cae.[22] As pessoas andam na estrada à Helgardh e os céus se separaram.
Os deuses, então, batalham com os invasores: Odin é engolido inteiro e vivo lutando contra o lobo Fenrir, causando a segunda grande tristeza de sua mulher Frigg (a primeira foi a morte de seu filho, o deus Baldr).[23] O deus Freyr luta contra Surtr e perde. O filho de Odin, Víðarr, vinga seu pai rasgando à distância a boca de Fenrir e esfaqueando-o no coração com sua lança, matando o lobo. A serpente Jörmungandr abre sua boca, bocejando largamente no ar e é encontrada em combate por Thor. Thor, que também é filho de Odin e aqui descrito como protetor da Terra, furiosamente luta com a serpente, derrotando-a, mas Thor só é capaz de assumir nove passos posteriormente antes de desmaiar. Após isso, as pessoas fogem de suas casas, o sol torna-se preto quando a terra se afunda no mar, as estrelas desaparecem, o vapor sobe e as chamas tocam os céus.[24]
A völva vê a terra reaparecendo da água e uma águia sobre uma cachoeira caçando peixes em uma montanha. Os sobreviventes Æsir se encontram no campo de Iðavöllr. Eles discutem sobre Jörmungandr, os grandes acontecimentos do passado e o runas. Na estrofe 61, na grama, eles acham o jogo de peças dourado que os deuses são descritos como tendo uma ocasião alegremente divertida, brincando com jogos há muito tempo atrás (atestado no início do mesmo poema). Os campos ressurgidos crescem sem a necessidade de serem semeados. Os deuses Höðr e Baldr retornam de Helgardh e vivem felizes juntos.[25]
A völva diz que o deus Hoenir escolhe deslizamentos de madeira com o propósito da profecia e que os filhos dos dois irmãos irão habitar o mundo batido pelo vento. Ela vê uma sala de palha com ouro em Gimlé, onde a nobreza viverá e passará a viver com prazer.[25] A estrofe 65, encontrada na versão Hauksbók do poema, refere-se a "uma força poderosa" que "reina sobre tudo" e que chegará acima do tribunal dos deuses (nórdico antigo regindómr),[26] que tem sido interpretada como uma referência cristã adicionada ao poema.[27] Na estrofe 66, a völva termina seu relato com uma descrição do dragão Níðhöggr, cadáveres em suas mandíbulas, voando pelo ar. A völva então "afunda."[28] Não está claro se a estrofe 66 indica que a völva esteja se referindo a época presente ou se isso é um elemento do mundo pós-Ragnarök.[29]

Vafþrúðnismál



Uma ilustração de Víðarr esfaqueando Fenrir e mantendo suas mandíbulas afastadas (1908) por W. G. Collingwood, inspirado pela Cruz de Gosforth
O deus Vanir, Njörðr, é mencionado em relação ao Ragnarök na estrofe 39 do poema Vafþrúðnismál. No poema, Odin, disfarçado como "Gagnráðr" se depara com o sábio jötunn Vafþrúðnir em uma batalha de inteligência. Vaftrudener referência o status de Njörðr como um refém durante a Guerra dos Deuses anterior e que ele irá "voltar para casa dentre o sábio Vanir" para "a desgraça dos homens."[30]
Na estrofe 44, Odin coloca a questão à Vafþrúðnir de como a humanidade irá sobreviver ao "famoso" Fimbulwinter ("Rigoroso Inverno"[31]). Vafþrúðnir responde na estrofe 45 que os sobreviventes serão Líf e Lífþrasir e que eles irão se esconder na floresta, no Bosque de Hodmímir, que irão consumir o orvalho da manhã e serão produzidas gerações de prole. Na estrofe 46, Odin pergunta qual sol virá do céu depois de Fenrir ter consumido o sol existente. Vafþrúðnir responde que a Sól carregará uma filha antes de Fenrir atacá-la e que após o Ragnarök esta filha continuará o trajeto de sua mãe.[32]
Na estrofe 51, Vaftrudener afirma que, após as chamas de Surtr terem sido saciadas, os filhos de Odin, Víðarr e Váli viverão nos templos dos deuses e que os filhos de Thor, Móði e Magni possuirão o martelo Mjolnir. Na estrofe 52, o disfarçado Odin pergunta ao jötunn sobre o próprio destino de Odin. Vafþrúðnir responde que "o lobo" consumirá Odin e que Víðarr o vingará dividindo suas frias mandíbulas na batalha. Odin termina o duelo com uma última pergunta: o que Odin disse ao seu filho antes de preparar sua pira funerária? Com isso, Vafþrúðnir percebe que ele está lidando com ninguém menos que Odin, a quem ele se refere como "o mais sábio dos seres", acrescentando que Odin sozinho poderia saber isso.[33] A mensagem de Odin tem sido interpretada como uma promessa de ressurreição a Baldr após o Ragnarök.[34]

Helgakviða Hundingsbana II

O Ragnarök é brevemente mencionado na estrofe 40 do poema Helgakviða Hundingsbana II. Nela, a empregada/criada sem nome de Sigrún, uma valquíria, está passando pelo túmulo do falecido herói Helgi Hundingsbane. Helgi está ali com um séquito de homens, surpreendendo a empregada. A empregada pergunta se ela está testemunhando uma ilusão, uma vez que ela vê homens mortos andando ou se o Ragnarök ocorreu. Na estrofe 41, Helgi responde que não é nem uma coisa nem outra.[35]

Edda em prosa

O Edda em prosa Snorri Sturluson cita pesadamente a partir do Völuspá e desenvolve extensivamente em prosa sobre as informações de lá, embora algumas destas informações entre em conflito com o que é provido em Völuspá.

] Gylfaginning (capítulos 26 e 34)

No livro do Edda em prosa, Gylfaginning, várias referências são feitas ao Ragnarök. O Ragnarök é mencionado pela primeira vez no capítulo 26, onde a figura entronizada de Hár, rei do salão, conta a Gangleri (rei Gylfi disfarçado) algumas informações básicas sobre a deusa Iduna, incluindo que suas maçãs irão manter os jovens deuses até Ragnarök.[36]
No capítulo 34, Hár descreve a ligação do lobo Fenrir pelos deuses, fazendo o deus Týr perder sua mão direita, e que Fenrir permaneça lá até o Ragnarök. Gangleri pergunta a Hár que, como os deuses só podiam esperar destruição de Fenrir, porque os deuses não simplesmente matam Fenrir uma vez que ele foi amarrado. Hár responde que "os deuses seguram os seus lugares sagrados e santuários em tal respeito que escolhem não sujá-los com o sangue do lobo, apesar das profecias preditas que ele seria a morte de Odin."[37]
Como conseqüência de seu papel na morte do deus Baldr, Loki (descrito como pai de Fenrir) está abrigado no topo de três pedras com os órgãos internos de seu filho Narfi (que está transformado em ferro) em três lugares. Lá, gotas de veneno em seu rosto periodicamente a partir de uma cobra colocada pelo jötunn Skaði e quando sua esposa Sigyn esvazia o balde que ela está usando para coletar o veneno escorrendo, a dor, ele experimenta convulsões causadas, resultando em terremotos. Loki é ainda descrito como sendo sujeito desta forma até o início do Ragnarök.

Gylfaginning (capítulo 51)

O capítulo 51 fornece uma descrição detalhada do Ragnarök intercalada com várias citações do Völuspá, enquanto os capítulos 52 e 53 descrevem as consequências destes eventos. No capítulo 51, Hár afirma que o primeiro sinal do Ragnarök será Fimbulvetr, durante os quais três invernos chegarão sem um verão e o sol será inútil. Hár detalha que, antes desses invernos, três invernos anteriores terão ocorrido, marcados com grandes batalhas em todo o mundo. Durante este tempo, a ganância fará com que irmãos matem irmãos e pais e filhos sofram com o colapso de laços do parentesco. Hár, então, cita a estrofe 45 de Völuspá. Na próxima, Hár descreve que o lobo irá primeiro engolir o sol, e, em seguida o seu irmão a lua, e a humanidade irá considerar a ocorrência como um grande desastre, resultando em muita ruína. As estrelas vão desaparecer. A terra e as montanhas irão tremer tão violentamente que as árvores vão se soltar a partir do solo, as montanhas irão cair e todos os apoios vão quebrar, causando a libertação de Fenrir de suas amarras.
Uma cena da última fase do Ragnarök, após Surtr cobrir o mundo com fogo (de cerca de 1905) por Emil Doepler
Hár relata que a grande serpente Jörmungandr, também descrita como uma criança de Loki na mesma fonte, irá quebrar a terra como o mar violentamente incha nela. O barco Naglfar, descrito no Edda em prosa como sendo feito a partir das unhas humanas dos mortos, é liberado de sua amarra e embarca no mar surgindo, dirigido por um jötunn nomeado Hrym. Ao mesmo tempo, Fenrir, de olhos e narinas vaporizando chamas, carrega para frente com sua boca aberta, sua mandíbula superior atingindo aos céus, sua mandíbula inferior tocando a terra. Ao lado de Fenrir, Jörmungandr borrifa veneno ao longo do ar e do mar.
Durante tudo isto, o céu se divide em dois. Desde a separação, os "filhos de Muspelheim" cavalgam adiante. Surtr cavalga primeiro, cercado pelas chamas, sua espada brilha mais do que o sol. Hár diz que "os filhos de Muspelheim" irão cavalgar através da Bifröst, descrita no Gylfaginning como uma ponte de arco-íris e que a ponte irá então quebrar. Os filhos de Muspelheim (e sua tropa de batalha brilhante) avançam para o campo de Vígríðr, descrito como uma extensão que alcança "cem léguas em cada direção", onde Fenrir, Jörmungandr, Loki (seguido do "próprio de Helgardh"), e Hrym (acompanhado por toda a geada de jötnar) se juntam a eles. Enquanto isso ocorre de Heimdallr levantar-se e soprar o Gjallarhorn com toda a sua força. Os deuses despertam ao som e eles se encontram. Odin cavalga até Mímisbrunnr em busca de conselhos de Mímir. Yggdrasil treme e tudo, em todos os lugares se amedontra.
Hár relata que o Æsir e os Einherjar se vestem para a guerra e vão para a batalha. Odin, usando um capacete de ouro e uma complexa cota de malha, carrega sua lança Gungnir e cavalga antes deles. Odin avança contra Fenrir, enquanto Thor se move ao seu lado, apesar de Thor ser incapaz de ajudar Odin porque ele se envolveu em um combate com Jörmungandr. De acordo com Hár, Freyr luta ferozmente com Surtr, mas Freyr cai porque lhe falta a espada que ele uma vez deu ao mensageiro Skirnir. O cão de caça Garmr (descrito aqui como o "pior dos monstros") se liberta de suas amarras na frente de Gnipahellir e combate o deus Týr, resultando em ambas de suas mortes.
Thor mata Jörmungandr, mas é envenenado pela serpente e consegue andar nove passos antes de cair para a terra morto. Fenrir engole Odin, matando-o, embora imediatamente mais tarde o filho de Odin, Víðarr, chutar seus pés na mandíbula inferior de Fenrir, aperta a mandíbula superior dele e o rasga sepando sua boca, matando-o. Loki luta contra Heimdallr e os dois matam um ao outro. Surtr cobre a terra em fogo, fazendo o mundo inteiro queimar. Hár cita as estrofes da 46 à 47 do Völuspá e adicionalmente a estrofe 18 do Vafþrúðnismál (a última informação relativa sobre o campo de batalha Vígríðr).

Gylfaginning (capítulos 52 e 53)

No início do capítulo 52, Gangleri pergunta "o que será depois do céu e da terra e todo o mundo ser queimado? Todos os deuses serão mortos, juntamente com os Einherjar e toda a humanidade. Você não disse antes que cada pessoa viverá no mesmo mundo por todas as eras?"[43]
A figura de Þriði, sentado no mais alto trono na sala, responde que vai haver muitos e bons lugares para viver, mas também muitos lugares ruins. Þriði declara que o melhor lugar para se estar é Gimlé nos céus, onde existe um lugar chamado de Okolnir que abriga um salão chamado Brimir — onde se pode encontrar muita coisa para beber. Þriði descreve uma sala feita de ouro vermelho localizada em Niðafjöll chamada de Sindri, onde "os homens bons e virtuosos viverão."[43] Þriði relata ainda uma sala sem nome em Náströnd, como as praias dos mortos, que ele descreve como um grande salão repugnante frente ao norte que é construído a partir da espinha de serpentes e se assemelha a "uma casa com paredes tecidas de ramos"; as cabeças das cobras cobrem o interior da casa e expelem tanto veneno que os rios dela fluem ao longo do corredor, em que aqueles que quebram juramentos e assassinos devem percorrer. Þriði aqui cita as estrofes da 38 a 39 do Völuspá, com a inserção de prosa original declarando que o pior lugar de todos para estar é em Hvergelmir, seguida por uma citação de Völuspá ao destacar que o dragão Níðhöggr assedia os cadáveres dos mortos lá.[44]
O capítulo 53 começa com Gangleri perguntando se algum dos deuses vai sobreviver, e se haverá qualquer coisa restante da terra ou do céu. Hár responde que a terra aparecerá mais uma vez a partir do mar, bonito e verde, onde as colheitas auto-semeadas crescerão. O campo Iðavöllr existe onde Asgard outrora foi, e lá, intocado pelas chamas de Surtr, Víðarr e Váli residem. Agora possuindo o martelo Mjolnir de seu pai, os filhos de Thor, Móði e Magni, reunirão-os e, vindo de Helgardh, Baldr e Höðr também chegam. Juntos, eles todos se sentam e rememoram, mais tarde encontrando as peças do jogo dourado dos Æsir uma vez possuído. A estrofe 51 do Völuspá é então citada.[45]
Hár revela que dois seres humanos, Líf e Lífþrasir, terão também sobrevivido a destruição escondendo-se no Bosque de Hodmímir. Estes dois sobreviventes consomem o orvalho da manhã para o seu sustento, e de seus descendentes o mundo será repovoado. A estrofe 45 do Vafþrúðnismál é assim citada. O sol personificado, Sól, terá uma filha, pelo menos, tão bonita quanto ela, e esta filha irá seguir o mesmo caminho da mãe. A estrofe 47 do Vafþrúðnismál é citada e assim termina a descrição do Ragnarök no Gylfaginning.

Registro arqueológico

Vários objetos foram identificados como retratando acontecimentos do Ragnarök.

Cruz de Thorwald

A Cruz de Thorwald, uma pedra rúnica parcialmente sobrevivente erguida em Kirk Andreas na Ilha de Man, mostra um homem barbudo segurando uma lança para baixo em um lobo, seu pé direito em sua boca e um grande pássaro em seu ombro.[47] A Rundata data a cruz para 940,[48] enquanto Pluskowski a data para o século XI.[47] Esta descrição tem sido interpretada como Odin com um corvo ou uma águia em seu ombro, sendo consumido por Fenrir no Ragnarök.[47][49] Próximo a imagem, é uma ilustração de uma grande cruz e outra imagem paralela a ela que tem sido descrita como Cristo triunfando sobre Satanás .[50] Estes elementos combinados têm levado à cruz como sendo descrita como "arte sincrética"; uma mistura de paganismo e crenças cristãs.[47]

 Cruz de Gosforth

A Cruz de Gosforth (920-950), em Cumbria, Inglaterra, é uma cruz de pé de uma forma típica anglo-saxônica, esculpida em todos os lados do eixo longo, que é quase quadrangular na seção. Além de paineis de enfeite, as cenas incluem uma Crucificação cristã e, possivelmente, uma outra cena no inferno, mas as outras cenas são geralmente interpretadas como incidentes narrativos da história do Ragnarök,[51] mesmo por um estudioso tão cauteloso de tais interpretações, como David M. Wilson.[47][52] A batalha do Ragnarök em si pode ser representada no lado norte.[53] A cruz apresenta várias figuras representadas no estilo Borre, incluindo um homem com uma lança enfrentando uma cabeça monstruosa, um de cujos pés é empurrado para a língua bifurcada da besta e na sua mandíbula inferior, enquanto uma das mãos é colocada contra a sua mandíbula superior, uma cena interpretada como Víðarr entrentando Fenrir.[47] Richard N. Bailey rejeita a descrição do monumento e uma pedra separada atualmente na igreja como "sincrética"; ele vê a mensagem como inteiramente cristã, mas a partir de uma abordagem "ruminativa" para o significado de ambas as histórias sobre a cruz que destaca-se paralela em uma forma altamente sofisticada, uma abordagem ao significado conhecido por ambas as tradições.[54]

Pedra rúnica de Ledberg

A Pedra rúnica de Ledberg do século XI na Suécia, semelhante à Cruz de Thorwald, apresenta uma figura com seu pé na boca de uma besta de quatro patas, e isso pode ser também uma representação de Odin sendo devorado por Fenrir durante o Ragnarök. Abaixo da besta e do homem está uma representação de um ser que não tem pernas, um homem de capacete com com os braços em uma posição prostrada. As incrições das Runas Futhack na pedra trazem uma dedicação memorial comumente vista, mas é seguida por uma sequência de codificação rúnica que foi descrita como "misteriosa" e "uma fórmula mágica interessante que é conhecida de todo o mundo nórdico antigo.

 Pedra rúnica de Skarpåker

Na Pedra rúnica de Skarpåker no início do século XI, de Södermanland, Suécia, um pai sofrendo da morte de seu filho usou a mesma forma do verso como no Edda poética na seguinte gravação:
Nódico antigo:
Iarð skal rifna
ok upphiminn
"Earth shall be riven
and the over-heaven ."
Português literal:
"A Terra será dividida
e sobre o Paraíso."

Jansson (1987) observa que, no momento da inscrição, todos os que leram as linhas teriam pensado no Ragnarök e à alusão de que o pai encontrou apropriando como uma expressão de sua dor.

Origem dos textos

A questão da origem dos textos referentes ao Ragnarok e das influências externas e contribuições é discutida. Diversas pesquisas e comparações foram feitas. Esse texto e todos os textos nórdicos são o resultado de uma herança comum muito distante, não está claro se o Ragnarok é de origem pagã, a partir da observação das catástrofes naturais, a partir da mitologia greco-romana ou da religião cristã. Poderia ser uma mistura de todos estes textos, o que poderia levar o início da mitologia grega e o final do Apocalipse cristão.

Mitologia comparada

Para a mitologia comparada, os estudiosos têm procurado comparar o Ragnarok com outras antigas histórias mitológicas para mostrar a influência de outras culturas ou para provar por exemplo, que as raízes da história do Ragnarok vem de um mito original proto-indo-europeu, que vêm de todos os mitos indo-europeus semelhantes.

Mahabharata


Um manuscrito ilustrado da Guerra de Kurukshetra, entre os Kauravas e os Pândavas, como é descrito no Mahabharata
Georges Dumézil nota uma semelhança entre o Ragnarok e uma história hindu, assim de uma outra religião indo-europeia: a Guerra de Kurukshetra, do épico Mahabharata. Ele observou que o episódio do assassinato de Baldr e sua estada no mundo dos mortos é comparável ao exílio dos Pândavas no hinduísmo, pelos temas e funções dos principais personagens que são mais ou menos equivalentes.[57] Estes períodos de espera em ambas as histórias terminam com uma grande batalha, onde todos os representantes do mal e da maioria dos representantes do bem e o homólogo dos personagens parecem ter funções semelhantes.[57] Dumézil também argumentou que Heimdall tem o homólogo do heroi indiano Bhīsma, e parece que os dois personagens são os mais velhos protagonistas existentes e os últimos a perecer durante a grande batalha.[58]
Feita esta comparação, Georges Dumézil concluiu que: A magnitude e regularidade desta harmonia entre o Mahabharata e dos Eddas regulamentará, penso eu, os problemas [...] do Ragnarök, que tinha errado ao romper. E esse problema [...], eles o regulamentaram de uma forma inesperada, espalhando, com exceção de alguns pequenos detalhes e no final, as soluções base sobre o empréstimo, iranianos, caucasianos ou cristãos, e descobrindo um vasto mito sobre a história e o destino de mundo, em relatórios do bem e do mal, que deveriam estar já estabelecidos, antes da dispersão, com pelo menos entre alguns dos indo-europeus.[57]

Outros temas indo-europeios

Dos paralelos foram encontradas mais evidências entre o Ragnarök do paganismo nórdico e outros eventos relacionados com as crenças indo-europeias. Uma destas teorias é que o Ragnarok é uma evolução tardia da religião proto-indo-europeia. Estas comparações incluem o inverno cósmico com duração de três temporadas (o Fimbulvetr), que encontramos vestígios dos antigos iranianos do Bundahishn e o Yima.[59] Víðarr é comparável ao deus védico Vixnu, porque ambos têm um grande passo "cósmico" com o qual eles conseguem derrotar as forças do mal obtendo uma vitória de curta duração.[60] Foram feitas comparações mais longas sobre o tema da "batalha final " nas culturas indo-europeias, inclusive voltando a presença de um cego (ou com um só olho) nesta batalha, assim como temas e figuras semelhantes.[59]

 Inspirações cristãs

Muitos historiadores concordam que o Ragnarök, apesar de um contexto nórdico (e mais vasto indo-europeu), foi reescrito por cristãos na Islândia, dois séculos e meio após a evangelização da ilha, no século XIII, e alertam sobre o fato de que os autores de todos os textos preservados na mitologia nórdica eram clérigos, ou que tinham recebido treinamento clerical. Todas as fontes literárias da mitologia nórdica são "impuras"[61] e Régis Boyer acrescenta que "devemos sempre manter sua distância para o texto que é demasiado bom para ser verdade"[3], mesmo falando de intoxicação: "Devemos estar conscientes de que essa infiltração para não dizer intoxicação literária (cristã e clássica), afim de apreciar ao seu valor justo os benefícos escandinávos, éddicos e das sagas".[62] As influências cristãs em histórias nórdicas já haviam sido tratadas por Axel Olrik no início do século XX (Om Ragnarok, 1902). Os autores desses textos foram entregues, provavelmente, a interpretação dos textos bíblicos, como o Apocalipse.[63] Régis Boyer acrescenta que os autores de obras importantes sobre crenças escandinavas, como o Saxo Grammaticus (Gesta danorum, cerca de 1200) e o Snorri Sturluson (Edda em prosa, cerca de 1220) estavam muito interessados na cultura clássica. Assim, eles poderiam fazer a interpretação[64][65] cara a cara das histórias que eles queriam contar e que muitas vezes já não ouviam.[66] Eles sabiam muito bem a Bíblia[67] e consideraram as suas possíveis adaptações ou reescrituras.[68]
Segundo Régis Boyer, o Ragnarok seria um texto com um fundo pagão, reconstruído pelos cristãos[1][61][3][62] e o Völuspá poderia ter sido escrito por Hildegarda de Bingen[69], uma santa cristã, que escreveu suas visões cosmogonicas de ordem mística. "Todos os documentos antigos islandeses são escritos em palimpsesto e é necessário riscar a contribuição continental cristã para tentar encontrar escandinavos autênticos (e germânicos) antigos".[70] Ele tenta reconstruir os textos originais em vez de tomar ao pé da letra o que ele considera como "histórias muitas vezes também complacentes ou adaptadas a partir de fontes latinas".
A historiadora Hilda Ellis Davidson pensa que "nessa descrição nós estamos lidando com um mundo artificial mítico, longe da fé viva da era pagã.
Arnaud d'Apremont acrescenta que "sob o verniz cristão estão grandes obras da literatura europeia ".[73] Einar Olafur Sveinsson, atual especialista islandês, disse sobre todos os textos que "a antiga literatura de seu país é meio eclesiástica, meio secular", e Régis Boyer observa que" não vemos como contraditório".
A educação cristã de Snorri pode ter alterado a sua visão do paganismo, através da sua apresentação evemerista dos deuses pagãos.]
.

Temas lembrando o Apocalipse bíblico

A riqueza dos detalhes observado por Jean Renaud no Ragnarök lembram o Apocalipse da Bíblia, pois Heimdall sopra seu chifre como os anjos tocam a trombeta, o sol escurecerá, as estrelas caem do céu, grandes desastres chegam, monstros são libertados no Ragnarök como as bestas do mar e da terra que João descreve. Os deuses lutam contra as forças da desordem, como o arcanjo Miguel entrou em guerra com os dragões e seus anjos. No entanto, esse dragão é o diabo e Loki corresponde à Lúcifer, pois Satanás e Loki são acorrentados antes de serem finalmente derrotados. O Ragnarök, como o Apocalipse, é seguido por uma regeneração universal onde Baldr está de volta, assim como Cristo no Juízo Final.[4][3]

Outros temas lembrando a Bíblia

Régis Boyer acrescentou que o casal humano salvo pelo tronco da Yggdrasil evoca Adão e Eva, e depois as tábuas de ouro que Baldr encontrou, assim como Moisés encontrou as tábuas da lei[76]. De acordo com ele, a Bíblia foi saqueada[77], "Assim como a Etimologia de Isidoro de Sevilha XI:3, que Snorri Sturluson tinha lido atentamente[78]. Ele cita um exemplo de texto germânico antigo reescrito pelos cristãos, "Muspilli" (que o termo é um hapax: expressão que foi observada apenas uma vez em um determinado momento). Surtr é substituído pelo Anticristo, Elias substitui Thor, Loki substitui Satanás, a batalha substitui o Juízo Final... Grau propõe um relatório de todo o texto da poesia, com exceção de dois versos, para o trabalho do teólogo do século IV, Efrém da Síria.[79][80] A literatura apocalíptica da Bíblia, proliferando na Idade Média e, especialmente, no momento do milenarismo, provavelmente influenciou grandemente os autores dos textos da mitologia nórdica.[65][5][81][3]. Essas semelhanças são muito anteriores à Era Viking, e encontram-se no Ragnarok, escrito em plena época cristã pelos cristãos submetidos a rigorosas censuras..

Hipóteses

Os historiadores têm emitido várias hipóteses para explicar a origem dos textos mencionando o Ragnarök.
Régis Boyer nota influências cristãs sobre a elaboração do Völuspá, semelhante ao fim do mundo milenarista e ao Juízo Final na última parte da Bíblia, chamado de Apocalipse.[3][5][84] O milenarismo apoia a ideia de um reino terrestre do Messias, após ele ter sido conduzido ao Anticristo, antes do Juízo Final.
A suposição é que ele defende mil cristãos, servidores da Bíblia ameaçados de um fim iminente do mundo.[84] Eles foram baseados, entre outros, no último livro da Bíblia, o Apocalipse.[5][84] O fim do mundo, obviamente, não têm lugar, mil anos se passaram e normalmente sem a cólera divina. O mundo cristão foi tranquilizado por ter escapado da cólera divina, mas estava muito desapontado com as falsas previsões. A Igreja teve que responder a este fim do mundo, anunciado que era vital para a sobrevivência da religião cristã. As autoridades cristãs revelaram, em seguida, que este Apocalipse do qual eles estavam falando não foi realmente concebido como "o fim do sistema mal": só os deuses pagãos, gigantes e monstros foram destruídos, os dois principais textos da mitologia nórdica, que do Völuspá[84] e o texto de Snorri, escrito dois séculos depois e meio após a adoção do Cristianismo, foram assim apresentados como explicações.
Historicamente, durante a cristianização da Noruega, o rei Olaf Tryggvason fez uso de sofisticados meios para matar aqueles que se recusassem ao cristianismo
Outra hipótese sobre o Ragnarok está relacionada ao fato de que no contexto cristão, não era propício a persistência do culto das divindades pagãs, assim, na Saga do rei Olaf Tryggvason, para provar sua devoção, as pessoas deviam insultar e ridicularizar as divindades importantes dos pagãos quando eram recém-convertidas ao cristianismo.[85][86].
Os Vikings foram forçados a abandonar suas antigas crenças.[87] O prólogo do Edda em prosa, sua abordagem é para os jovens escaldos, diz que os cristãos não acreditam nos deuses pagãos.[88] Os autores cristãos (evemeristas)[64][65] reescreveram todos os textos pagãos nórdicos, desconsiderando e insultando os deuses pagãos[87] para torná-los meros mortais.[89][90] Régis Boyer relatou que a Igreja começou um trabalho de erradicação[83] para desvalorizar as crenças e práticas que ameaçam a doutrina cristã, os deuses passam para o estado de demônios, ou sutilmente, encontram-se ridicularizados,[91][92] assim, ele disse, eles perecem durante a batalha final relatada no Völuspá e nos textos constituindo o Ragnarök.[93][92]

Einherjar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Também conhecidos como "Os Guerreiros de Odin", os Einherjar são os guerreiros mortos recolhidos pelas Valquírias para irem ao palácio de Valhala, onde viverão em banquetes e fartura até o derradeiro dia do Ragnarok. As valquírias escolhiam apenas os melhores e mais heróicos guerreiros.
Em Asgard, eles festejavam à noite e lutavam durante o dia. Seus ferimentos eram curados magicamente. Dessa maneira, realizavam sua preparação interminável para estarem prontos para o Ragnarok.
Mas somente a metade destes guerreiros são acolhidos por Odin, a outra metade dos bravos guerreiros que tombaram no campo de batalha, são recebidos pela deusa Freyja em seu palácio, chamado Fólkvangar ("campo de batalha").
Ainda assim, no fim dos tempos, o deus Heimdallr tocará sua trompa Gjallahorn, convocando estes guerreiros mortos a se reunirem em um só grupo e marcharem ao lado dos deuses, contra os gigantes e os monstros liderados por Loki.

Asgard

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Asgard (em nórdico antigo: Ásgarðr) é o reino dos deuses, os Æsir, na mitologia nórdica, mundo separado do reino dos mortais, Midgard. Asgard era, originalmente, conhecido como Godheim (o repouso dos deuses), pois os primeiros investigadores da mitologia confundiram o nome do mundo dos deuses com o seu castelo mais importante e, neste caso, Godheim se tornou Asgard em muitas fontes históricas.
Os muros que cercam Asgard foram construídos por um gigante (identificado freqüentemente e equivocadamente como Hrimthurs). Como pagamento por seu trabalho, ele deveria receber a mão de Freya em casamento que é uma das deusas mais belas e também Deusa da fertilidade, do sol e da lua. O acordo só valeria desde que o trabalho fosse terminado dentro de seis dias. O gigante possuia um cavalo muito rápido e forte. Com o intuito de evitar honrar o acordo, Loki por ciúme da deusa e tentando agradar seu pai Odin transformou-se em uma égua e no último dia do acordo ele foi lá e seduziu o cavalo mágico do gigante, Svadilfari. Deste modo, o trabalho não foi terminado a tempo, e os deuses conseguiram evadir-se do pagamento. Loki em compensação pela "distração" do cavalo do gigante pariu Sleipnir, o cavalo de 8 patas que posteriormente, foi dado a Odin como um presente.
O guardião de Asgard é Heimdall. A planície de Ida é o centro de Asgard. Os Æsir encontram-se lá para a discussão de temas importantes - os deuses masculinos reúnem-se em um salão chamado Gladsheim, e as deusas em um salão chamado Vingolf. Eles também encontram-se diariamente no Well of Urd, abaixo de Yggdrasil.
Alternativas: Ásgard, Ásgardr, Asgardr
Em outras línguas:
sueco e dinamarquês comum: Asgård
norueguês: Åsgard (também pode ser Åsgård, mas o mais comum é Asgaard)
islandês: Ásgarður

Curiosidade: Asgard já foi satirizada em um episódio de "As terríveis aventuras de Billy e Mandy".

Freia

Freia (em nórdico antigo: Freyja, também grafado Freya, Freja, Freyia, e Frøya) é a deusa mãe da dinastia de Vanir na mitologia nórdica. Filha de Njord e Skade (Skadi), o deus do mar, e irmã de Frey, ela é a deusa do sexo e da sensualidade, fertilidade, do amor, da beleza e da atração, da luxúria, da música e das flores.
É também a deusa da magia e da adivinhação, da riqueza (as suas lágrimas transformavam-se em ouro) e líder das Valquírias (condutoras das almas dos mortos em combate).
De carácter arrebatador, teve vários deuses como amantes e é representada como uma mulher atraente e voluptuosa, de olhos claros, baixa estatura, sardas, trazendo consigo um colar mágico, emblema da deusa da terra.
Diz a lenda que ela estava sempre procurando, no céu e na terra, por Odur, seu marido perdido, enquanto derramava lágrimas que se transformavam em ouro na terra e âmbar no mar.
Na tradição germânica, Freia e dois outros vanirs (deuses de fertilidade) se mudaram para Asgard para viver com os aesirs (deuses de guerra) como símbolo da amizade criada depois de uma guerra. Ela usava o colar de Brisingamen, um tesouro de grande valor e beleza que obteve dormindo com os quatro anões que o fizeram.
Ela compartilhava os mortos de guerra com Odin. Metade dos homens e todas as mulheres mortos em batalha iriam para seu salão Sessrumnir.
O seu nome tem várias representações (Freia, Freja, Froya, etc.) sendo também, por vezes, relacionada ou confundida com a deusa Frigga, mas ela também foi uma grande fiandeira na antiguidade.
Freia também tinha uma suposta paixão pelo deus Loki, o deus do fogo.

Aurora polar

A aurora polar é um fenômeno óptico composto de um brilho observado nos céus noturnos em regiões próximas a zonas polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar e a poeira espacial encontrada na via láctea com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético terrestre.[1] Em latitudes do hemisfério norte é conhecida como aurora boreal (nome batizado por Galileu Galilei em 1619,[2] em referência à deusa romana do amanhecer Aurora e ao seu filho Bóreas, representante dos ventos nortes), ou luzes do Norte (nome mais comum entre os escandinavos). Ocorre normalmente nas épocas de setembro a outubro e de março a abril. Em latitudes do hemisfério sul é conhecida como aurora austral, nome batizado por James Cook, uma referência direta ao fato de estar ao Sul.[3]
O fenômeno não é exclusivo somente à Terra, sendo também observável em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus.[4] Da mesma maneira, o fenômeno não é exclusivo da natureza, sendo também reproduzível artificialmente através de explosões nucleares ou em laboratório.

Brünnhild

Na mitologia nórdica Brynhildr (Brunilda ou Brunilde, em português) é uma Valquíria, um dos personagens principais da Volsunga saga e de partes da Edda poética. Com o nome de Brünnhilde ou Brünnhild ela aparece na Nibelungenlied e no ciclo operístico do Anel do Nibelungo, de Richard Wagner. Em A Balada de Sigrdrífa ela é conhecida como Sigrdrífa (“estimuladora-da-vitória”), onde ela ensina para o herói a runa da vitória. Seu nome aparece grafado em diversas formas: Brünhild, Brunhild, Brunhilda, Brunhilde, Brunhilt, Brunnehilde, Brünnhilde, Brynhild, Brynhilt, Bruennhilde e Brunahild. Possivelmente a inspiração para este personagem veio da histórica princesa Brunilda da Austrásia, que casou com o rei merovíngio Sigebert I em 567.
A história de Brynhildr é encontrada com variações nas diversas fontes. Na Völsunga saga ela é filha de Budli, e foi encarregada de decidir um combate entre os reis Hjalmgunnar e Agnar. Decidido em prol deste, contra a vontade de Odin, é condenada a viver a vida de uma mortal, sendo encarcerada em um castelo e posta a dormir dentro de um círculo de fogo, até que fosse resgatada por algum herói. Sigurðr, matador do dragão Fafnir, atravessa as chamas e a desperta. Imediatamente apaixonado, pede-a como esposa, oferecendo-lhe o anel Andvarinaut, e parte logo depois, prometendo retornar para desposá-la.
Chegando à corte de Djuki, a rainha Grimhild, através de encantamentos, faz Sigurðr esquecer Brynhildr e casar com sua filha Gudrun. Desejando ainda casar Brynhildr com seu filho Gunnar, envia este para tirá-la do castelo, mas ele não o consegue, por causa da muralha de chamas em torno. Disfarçado de Gunnar, Sigurðr penetra no castelo e casa com a valquíria, e lá permanece com ela por três noites, mantendo contudo uma espada entre eles no leito conjugal, significando que tencionava preservá-la virgem até entregá-la ao verdadeiro Gunnar. Então sem que ela perceba os homens reassumem suas identidades reais, com Brynhildr continuando a pensar que casara com Gunnar. Mais tarde suas esposas disputam qual seria o marido mais valoroso, e Brynhildr diz que nem mesmo o herói Sigurðr pôde penetrar no anel de fogo. Ao dizer isso Gunnar revela que fora Sigurðr o autor da façanha, e este relembra sua antiga paixão por Brynhildr, que se enfurece com a trapaça em que fora colhida. Sigurðr tenta consolá-la, mas sem sucesso, e ela trama um plano para matá-lo. Gutthorm, irmão mais novo de Gunnar foi, por fim, o assassino. Morto Sigurðr, Brynhildr arrependida, lança-se à sua pira funerária.
Na Nibelungenlied ela é Brünhild, a rainha da Islândia, por três vezes consecutivas vencida em provas de força por Gunther, com a ajuda invisível de Siegfried. Enfim é obrigada a casar-se com o pretendente Gunther. Na noite de núpcias ela, com sua enorme força, o amarra e assim o deixa até o dia seguinte. Novamente Gunther pede a ajuda de Sigfried e seu manto de invisibilidade, mas diz para não ele dormir com ela. Brünhild é outra vez vencida, embora Sigfried tenha ficado com seu cinto e anel, um símbolo de seu defloramento. Já sem sua força descomunal ela aceita o legítimo esposo. Anos mais tarde ela convida Sigfried e sua mulher, Kriemhild, para visitarem seu reino, mas questões de precedência à entrada da Catedral de Worms causam uma disputa entre as rainhas, e Kriemhild mostra o anel e cinto que Sigfried lhe dera e que eram antes de Brünhild, e para seu vexame a acusa de ter sido amante de Sigfried, abalando a amizade entre os casais e seus reinos. Por fim o caso termina em tragédia, com a morte de Gunther, Kriemhild e Sigfried, além de vários outros personagens.
Aparecendo novamente no Anel do Nibelungo de Wagner, já como Brünnhilde, participa de três das óperas - Die Walküre, Siegfried, e Götterdämmerung - tendo um papel central na história de Wotan e na devolução do tesouro dos Nibelungos às filhas do Reno. Wagner optou por usar as fontes nórdicas primitivas, em vez da versão medieval alemã da lenda, mas mesmo assim fez importantes adaptações.

Nibelungos

Nibelungos é a designação dada, na mitologia germânica, aos possuidores de um tesouro, o anel do Nibelungo. São habitantes do norte gelado de Niflheim, a que estava ligada uma maldição; foi aplicada também aos Burgundos, que, por intermédio de Siegfried, se apoderaram deste tesouro.
O assunto foi tratado em várias obras medievais, das quais sobressai o Nibelungenlied, poema épico escrito em cerca de 1200 e também as obras nórdicas Thidrekssaga, Ältere Edda, Völsungasaga e Jüngere Edda. O assunto do Nibelungenlied consta de duas partes distintas.

 História

Na primeira parte Siegfried chega à corte dos Burgundos, casa com Kriemhild e auxilia o rei Gunther a vencer as provas impostas por Brünhild a quem pretendesse desposá-la. Quando Brünhild, mais tarde, toma conhecimento deste facto, incita Hagen a matar Siegfried.
A segunda parte baseia-se em acontecimentos históricos: a derrota dos Burgundos pelos Hunos em 473 e a morte de Átila em 453. Etzel (Átila), rei dos Hunos, casado com Kriemhild, desejando apoderar-se do tesouro dos Burgundos, convida à sua corte os cunhados. No Nibelungenlied, contrariamente a outras versões, Kriemhild torna-se adversária dos irmãos e colabora na destruição dos Burgundos, vingando, assim, a morte de Siegfried.
Nas versões nórdicas sobressai a mitologia germânica.
No século XIX o assuntos dos Nibelungos despertou o interesse de escritores que lhe deram nova configuração: são dignos de menção o drama de Fouqué Der Held des Nordens (1808-1810) e a triologia dramática de Friedrich Hebbel Die Nibelungen (1862).
A obra mais notável dentro desta tradição é a tetralogia dramático-musical de Richard Wagner Der Ring des Nibelungen (1863). Friedrich Rückert, Friedrich Hieronymus Münchhausen (Barão de Münchhausen) e Agnes Miegel foram autores de baladas e poesias monologadas baseadas em cenas do Nibelungenlied. Já no século XX, Paul Ernst e Max Mell apresentaram versões dramáticas deste assunto.

 Influências modernas

A mitologia do anel dos nibelungos é tema de um dos filmes do mestre do expressionismo alemão, Fritz Lang.Em sua obra, Fritz Lang, como a mitologia, a divide em duas partes "Nibelungos I: A Morte de Siegfried" e "Nibelungos II: A vingança de Kriemhild".
O anel dos nibelungos foi também uma das fontes de inspiração de J.R.R. Tolkien para o Um Anel e também o Anel de Barahir. O al dos nibelungos é citado também, na obra fictícia do Masami Kurumada, Saint-seiya, Os cavaleiros do zodíaco, na versão animê. na série, o anel é usado por Poseidon, deus dos mares, para controlar Hilda, senhora de Asgard, e iniciar uma rebelião contra Atena, e dominar a Terra.
No Jogo Valkyrie Profile, a personagem principal do jogo, Lenneth Valkyrie, é a possuidora do Anel dos Nibelungos, que por sua vez tem grande participação no enredo do jogo, podendo modificá-lo completamente caso o jogador o use em certas partes do jogo.
Há também uma citação do Anel dos Nibelungos no jogo Ragnarök Online, uma habilidade de dueto que aumentar o poder das armas de nível 4 em quem estiver na área de efeito.
O autor argentinoJorge Luis Borges cita a mitologia dos Nibelungos em seu conto "O Zahir", integrante do livro O Aleph, ao mencionar um conto fantástico que o narrador houvera escrito.